
21 de dez. de 2010

19 de out. de 2010
Marilyn Monroe - Scene at Marilyn's house after her death
Acabei de ler o livro "A vida secreta de Marilyn Monroe", de J.Randy Taraborrelly, Editora Planeta, 459 páginas. Gostei muito, especialmente porque pude acompnhar o desenvolvimento da história com as ilustrações e indicações de um outro livro sobre ela, o "The Complete Films of Marilyn Monroe", de Mark Ricci e Michael Conway (A CITADEL PRESS BOOK, published by Carol Group), também com o suporte dos inúmeros posts dela no Youtube. Uma viagem!
Difícil é sair dessa nuvem de sonhos e pesadelos que foi a vida dessa absoluta beleza e absurda caminhada na vida. Gente, só lendo...Doi o coração...
7 de out. de 2010
Uma visita esperada por toda a vida.
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À tarde fui ao Instituto Moreira Salles para inscrever-me em uns cursos que acontecem sempre por lá e comprei um livro lindíssimo de Décio Alves de Morais, "Poços de Caldas. Memórias em Preto e Branco".
22 de set. de 2010

Sobre a perda da mãe.
Dizem, os orientais, que as grandes mensagens de Deus vêm com o ladrão e com a morte.
Lamentavelmente, conheço as duas experiências e posso garantir que em ambas,
recebi mensagens que foram viradas de página, transformadoras, renovadoras, inovadoras.
Perdi minha mãe recentemente e o que eu não sabia,
é que quanto mais passam os anos, mais recente parece a perda, portanto
não há palavras para o nosso consolo.
Então, com todo carinho, o que peço é que não deixe que a dor
empane a sua visão nesse momento único e( porque não?) abençoado.
Viva sua dor intensamente para que ela se acalme logo e abra seus olhos para
o caminho de luz que mais uma vez, a mãe deixa para um filho quando vai,
para transformar-se em lenda, em memória sagrada, em amor eterno...
21 de mar. de 2010
Para minha sobrinha Paulinha, de 14 anos

Para minha sobrinha de 14 anos...

É assim que ele se apresenta pela primeira vez: grande, forte, totalitário, dominador.
Mas é bom, é tão bom que desejamos que nada no mundo atrapalhe esse envolvimento ao qual nos deixamos sucumbir, dominadas, e não queremos que nada nem ninguém possa invadir essa doce guerra que começamos a aprender a travar com o nosso íntimo.
Isso acontece na adolescência, quando começamos a aprender uma matéria que se apresenta única, como se a vida fosse só feita desse sentimento.
Mas o tempo passa, nos crescemos, aprendemos (nem sempre!) e passamos a entender que essa pedra bruta, avassaladora, é tudo o que temos de mais intimamente nosso. Não é de ninguém, como pensamos ainda jovens, é nosso, do nosso coração, da nossa índole, da nossa alma.
- É que a libido desperta ao mesmo tempo e nos confunde bastante, não tem nada a ver um com o outro, a libido com o amor, mas ambos nasceram para aprenderem a conviver e fazer-nos muito mais felizes. É isso.
Quando amadurecemos, aprendemos a definir com palavras o que nos parece indefinível quando somos adolescentes e nos encantamos com as palavras do velho Quintana, que na adolescência também não seria capaz de escrever o que escreveu, mas teve o carinho e o cuidado de deixar a sua experiência como matéria para reflexão.
Parabéns, minha querida, por estar vivendo o desabrochar do sentimento mais lindo que nasce em nós para nos fazer felizes, posto que é nosso, essencialmente nosso, e é tanto e tão grande que podemos fazer a concessão de doá-lo a quem souber o valor que tem e saiba respeitar-nos, da mesma forma que através desse amor, aprenderemos dia a dia a nos amar e respeitar muito mais.
I love you.
Titia
30 de jan. de 2010

Cora Ronái
" Do que é que precisamos para sobreviver? No nível mais elementar, água, comida, abrigo dependendo da ocasião e do hemisfério, cobertura contra sol e chuva. Os demais mamíferos do planeta se viram, no mais das vezes, sem os dois últimos itens. Indo um passo além, panos que nos protejam, curas para dores e machucados, histórias para contar e ouvir. Vasilhames para guardar a comida. Alguma forma de organização social para ordenar o convívio. Um adorno corporal, uma pintura rupestre."
"-Nada sobre o planeta se reproduz com a alarmante velocidade da tralha.
Patinhos de borracha, fitas do Bonfim, amuletos de toda sorte, canecas das mais variadas cores e formas, flores artificiais, enfeites de fibra ótica, miniaspiradores que não funcionam nem quando nascem, relógios, ímãs de geladeira, cristais, buttons, canetas que escrevem quatro dias e morrem no quinto, canetas que até escrevem direito mas das quais ninguém troca a carga, modelos de carros e de aviões, espelhos, esculturas medonhas representando o que existe e o que não existe, bandejas, porta-documentos e, invariavelmente, uma quantidade de chaveiros que desafia o crescimento demográfico. A lista não tem fim.
Sou tomada por uma vaga sensação de pânico quando vejo pilhas de tralha, seja em antiquários, mercados populares, lojas milionárias ou camelôs. Em dias de propensão filosófica, imagino milhões de chineses trabalhando dia e noite, imagino compradores e exportadores, imagino guindastes, estivadores e cardumes de navios cruzando os oceanos, carregados de contêineres abarrotados.
"-Na verdade, tenho uma quantidade ridícula de coisas, superior, provavelmente, a tudo o que todos os meus antepassados, juntos, jamais conseguiram reunir. E é tudo tralha! Nada que faça a fortuna dos filhos quando eu morrer, nada que possa ser cobiçado por amantes da arte ou de velharias, porque o eventual valor do que me cerca está ligado a momentos emocionais, e é intransferível."
*
Taí, agora posso falar dessa inquietude que me atinge. Descobri-me uma colecionadora de tralhas que são apenas pesos que não me permitem voar.
Queria ter coragem para fazer um brechó de doação, arrumar prateiras onde as pessoas pegariam o que quisessem e no fim eu daria uma festa de agradecimento por me fazerem livre.
Identificação em tudo o que ela diz e ainda por cima, a espera por um momento que sinto próximo quando sairei daqui para Minas Gerais, isso tudo junto é nitroglicerina pura em meu sangue, me faz envelhecer rapidamente e me angustia, pois quero chegar lá ainda com algum fulgor de jovialidade.
As tralhas pesam na alma e não nos damos conta o quanto, apenas quando vemos os planos ficando distantes e o cotidiano vira matéria de lembrança para o dia seguinte e os outros que rapidamente chegarão...
Marilia
ps: a fotopostada, é porque estava procurando por uma que tivesse a ver com o texto e encontrei essa com a "tralhinha" do Constantino dormindo onde bem entende...