Brumas no mar
Brumas no ar
E o mar mistura suas espumas
Ao "fog" gelado da manhã de inverno.
No cais, a emoção dos que esperam.
Os ais que congelaram a alma
E enregelaram a doçura
Que por tanto tempo acreditou
Em juras de amor.
Mas a fé ainda traz aquela mulher descrente
À beira do mar, quase indiferente
Pois o tempo, tão longo
Cuidou de apagar a memória.
Não havia mais rosto que esperasse...
E vê-se a nau ao longe...
As velas, tão brancas, fazem que pareça
Uma nave do céu,
Uma coisa que voa, sei lá,
Coisa de Deus...
Ela corre à beira do cais
E olha, olha, olha
E nada vê.
Não vê ninguém que lembrasse......
mas vê o dono do barco
- Um pirata! certamente...
Com aqueles brincos...
E aquela força, com aquele brilho...
E ela sentou-se sobre as cordas no cais,
Apreciou o barco,
Apreciou o pirata e disse para si mesma :
- Não há mais nada que fazer.
- Nunca mais venho ao cais,
- Nunca mais espero pelos barcos,
- Nunca mais procurarei rostos esquecidos...
E não pensou duas vezes
Para aceitar uma taça de vinho
Na taverna mais próxima
A convite do pirata...
Marilia Barbosa 21.09.2004
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