31 de jul. de 2009

BRUMAS NO MAR





Brumas no mar


Brumas no ar


E o mar mistura suas espumas


Ao "fog" gelado da manhã de inverno.


No cais, a emoção dos que esperam.


Os ais que congelaram a alma


E enregelaram a doçura


Que por tanto tempo acreditou


Em juras de amor.


Mas a fé ainda traz aquela mulher descrente


À beira do mar, quase indiferente


Pois o tempo, tão longo


Cuidou de apagar a memória.


Não havia mais rosto que esperasse...


E vê-se a nau ao longe...


As velas, tão brancas, fazem que pareça


Uma nave do céu,


Uma coisa que voa, sei lá,


Coisa de Deus...


Ela corre à beira do cais


E olha, olha, olha


E nada vê.


Não vê ninguém que lembrasse......


mas vê o dono do barco


- Um pirata! certamente...


Com aqueles brincos...


E aquela força, com aquele brilho...


E ela sentou-se sobre as cordas no cais,


Apreciou o barco,


Apreciou o pirata e disse para si mesma :


- Não há mais nada que fazer.


- Nunca mais venho ao cais,


- Nunca mais espero pelos barcos,


- Nunca mais procurarei rostos esquecidos...


E não pensou duas vezes


Para aceitar uma taça de vinho


Na taverna mais próxima


A convite do pirata...




Marilia Barbosa 21.09.2004

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