21 de dez. de 2010


Deixa eu me iludir, me atraiçoar.

Deixa eu cair e sentir a emoção de quem espera

a sombra do que era o sonho de amor,

perdido,

traído pela fé que ilude

e empana a verdade

que os olhos de amor não vêem...

Me deixa, não fala comigo,

hoje eu não preciso do afago de amigo,

hoje eu quero cair na pedra fria

do chão que me espera

e chorar cada pedaço

da dor que é só minha,

por fatalidade,

por destino cruel,

que me quer tão sozinha.


Me deixa, me larga, me esquece

não olha em meus olhos, desaparece.

Não tenho mais voz, sou silêncio de morte

sou fio de luz que fenece.