17 de ago. de 2009

:) oi



Adoro escrever acrósticos!
Uma vez, Vinícius de Moraes me disse, que achava a coisa mais difícil de se fazer. Duvidei que ele não pudesse... mas ele deu muitas explicações e resolvi acreditar. Afinal, pra que um poeta mente?
O poeta é apenas um fingidor...Mas eu não.
Quando escrevo, grito bem alto, acho que o desabafo é que me salvou de ser uma mentirosa.
Eu escrevo para todos, mas é por mim que escrevo, pra não ficar louca quando a emoção, seja qual for, não cabe em mim.

Aí está um acróstico que escrevi para justificar, "com carinho", o fim de um namoro há!há!há!
NYC,13/Nov/1999

Malverseou os projetos, ainda
Incompletos no próprio tempo de ser.
Separou da água, o
Óleo que unge a vida,
Golpeando com palavras,
Incessantemente,
Nossos mal arquitetados
Oníricos anseios.

16 de ago. de 2009

Casarão


Tentei a anorexia, tentei de tudo.
Me vi preparando o ninho,
qual uma noiva
de mil anos de solidão.
A casa crescia, os móveis andavam,
a chuva vazava as telhas pesadas
pra madeira verde do teto.
As teias de aranha fechavam passagens e
eu já não andava mais por todo o lado,
a vida colocava-se à minha frente
qual obstáculo,
impossível de não ser vista.
Cortei os pulsos e o sangue que jorrava
espalhava-se em mim e num minuto,
olhava a minha pele antes manchada
e via que o sangue entrava nos poros,
a pele embranquecia e o corte sumia !
Procurei pelos cantos
um motivo qualquer
que me desse o prazer
de ir embora de vez.
Mas nesses cantos, nos meios,
vasculhando as telhas,
as teias,meu sangue,
esbarro vez por outra
em um vestido de noiva
que caminha sozinho,
qual um fantasma,
dentro da minha casa.
*

Sobre Amigos.


A amizade vive da verdade da emoção.
Nada me desperta mais a ira,
do que a mentira e a traição.
Fico feito bicho acuado,
com o peito doído,
pelos golpes do desdém.
Com pés e mãos amarrados
e o peito amordaçado,
do deboche sou refém.
Amortalhada e perplexa,
observo a teia complexa,
que a falsidade constrói.
E fico um pouco mais velha
quando ainda tão menina,
engulo o fel que corrói.
*